Bom dia a todos.
Agradeço os comentários, e-mails e os sinais de fumo e
pombos correio que me têm enviado, a saber se estou bem. Resposta: sim, (ainda)
estou vivo e ainda piso os meus pés nesta terra de santos.
Ao longo destes meses, a minha vida mudou… ganhei uma nova amiga (já voltamos a
ela!).
Durante estas messes, a minha vida académica ficou
estagnada. Curricularmente apenas possuo o Secundário completo. E mais >
tive a trabalhar durante algum tempo num sitio (tendo assim duas atividades profissionais),
porem e evidentemente, fui despedido.
Linha outbond, 6horas/dia e fazia uma média de 120 chamadas ao longo do
dia… Mas, por falta de resultados comerciais, fui mandado embora. Se ao menos o
produto a vender fosse bom… orgulho-me do trabalho que fiz – não mentia,
cativava o cliente e dizia que a merda que vendia, era o ultimo copo de água do
mundo!... Foi insuficiente. Depois de ter sido despedido, ainda fiz duas
chamadas, mas não aguenta mais controlar a minha cara de “normalidade”. Tive
que me ir embora. Ao longo desta temporada num call center, realço sapiências
dignas de um ministro do futuro: sei o que é um headset e um cal back… sei
fazer um contrato por telefone e aturar caralhadas e manter a “postura”. Tenho
a noção, para meu primeiro emprego em call center, não tive assim tão mal. Pelo
menos, não ia de pijama ou de fato de treino para lá, como certas pessoas iam –
ia bem, sorridente e de bem com todos. Uma colega até chorou por eu ir embora…
Tive pena, apesar de tudo, gostava daquele trabalho de merda.
Tenho pensado nestes últimos dias, que a minha vida é igual
ao metro de Lisboa. Limitado, básico e com pouca cor; sujo no seu interior, mas
sempre com supremacia celestial que dá aso a mais 3 novas estações, apesar de
estar com dívidas abismais. Questiono, muitas vezes, a importância no metro nas
nossas vidas. A beleza tecnológica que é andarmos de baixo de terra, feitos
toupeiras e de, continuarmos com uma tão pobreza de espirito nas realidades
sociais, com os pedintes que lá vagueiam, para receber uns cêntimos dos
estrangeiros ou dos tugas misericordiosamente endinheirados. Alguns deles,
mesmo cegos, tem a hábil sensação nos pés que os permite manter vivos,
mantendo-os vivos da fornalha de Mordor.
No mês de Agosto não tive lá muito bem e consegui ir a um sujeito
que me recomendou a amizade com uma certa moça, com um lendário passado
masculino e famoso, mas que agora, desde que se transformou, faz as alegrias
aos demais que usufruem do seu efeito milagroso. Seu nome? Ela é mundialmente
conhecida e visto que não é assim tão barata. Tomo o genérico… e viva à
Generis! Para além de a tomar todos os dias de manhã, dobrei a medicamentação
(como diz a tia Maya) e tomo também à noite. Não dispenso de andar com um belo vitan,
caso me dê uma coisinha má… Falo, pois tá claro, da Fluoxtina, para os amigos, simplesmente,
FLOX!
Ela tem-me acompanhado nestes últimos meses, já vou na 3ª
embalagem e sinto-me um pouco melhor. O sujeito que me receitou a FLOX, disse
para passados 3 meses, voltar a ele ou a um colega… mas bem, suspeita-se que
tenha de mudar de medicação, coisa que não me agrada, visto que não consigo
tomar comprimidos… Assim, não vou a um colega.
A situação cá de casa, mantêm-se e cada vez pior, mas eu cá
fico. As vezes saio, mas a minha mãe é quem mais sofre e já está a chegar o
Natal e ela tá piorzita…
Quem diria, que duas linhas paralelas podem trazer tanta
felicidade?! Chegar a horas para o trabalho, a tempo para apanhar outro
transporte e, até mesmo, simplesmente passear vendo os tuneis velhos do Marques
ou os novos de São Sebastião – Eis a antítese da modernidade contemporânea de
Portugal empobrecido no século XXI! Duas grandes personalidades e com estações
(temporais) tão diferentes e ambos, ressurtiram um país mergulhado em crise
terrestre ou mentais. Eis os Salvadores do Portugal Iluminista e Medieval –
mortos e enterrados. Mas, esquecem-se das maldades contra os Távora e do
jovem-santo que era tido como divino em Portugal, mas não tão real como em
terras de África muçulmana.
Fui, algumas vezes, a uma psico. Sinto necessidade de lá
voltar, ela ajudava-me muito, mas… não tem dado para ir. Sinto necessidade de
desabafar com alguém que não me julgue e que me queira entender, mas está difícil.
Só encontro isso através daqui – do meu amigo e velho blogue, que me acompanha
desde quase sempre. É ele que me despertou para uma vida existente em mim que
não conhecia. Para isso, agradeço a todos vós que, de uma maneira ou de outra
são meus amigos e eu amigo de todos vocês.
Mas questiono: Quão belo é um ponto final, feito por duas
rectas continuas e infinitas até ao seu termo?! Quanta potência e vidas que por
lá se perdem?! Quão magistral arte que completa o Ser! Sinto falta de consumir
aquilo que mais amo. Sinto falta de apoderar-me e ganhar força para o meu
dia-a-dia. Sinto falta da Arte Pagã e Religiosa em cada um de nós. Sinto falta
de ir ao Museu Berardo e ao Museu de Arte Antiga. Quão diferente são as artes, mas
tão bem que completam o ser,
mostrando-lhe a luz ao fim do túnel; mostrando uma realidade Tolkiana abismal e
sedutora para os de mais. Mas de quem é a obra? Antes disso: a obra é de quem?
De deuses, do pintor, da tela e dos pinceis ou da humanidade? A obra é de quem?
Dos compradores, do pintor, de quem fez a tela e os pinceis ou da humanidade?
De quem somos nós? Dos nossos pais, de quem nos ama, dos nossos amigos ou da
humanidade? De quem és tu? De quem?? Comparando com a um Picasso ou um Rembrandt,
o que os distingue é a época humana em que foi feita. As obras de ambos os
artistas, são da humanidade – ela que as comtemple, que é para isso que eles
foram feitos.
É tão sedutor e precioso Gollum, a beleza do que nos leva ao
fim. O início de uma outra Era, o início de outra coisa que não esta, não é merecedor
de tão malicioso e fúnebre nome – o fim. O início é belo, único e adorável. O início
é de todos nós. Nós nunca terminamos nada, apenas, damos um início diferente às
coisas. O fim está próximo, como diriam os Maias. Qual fim? Um novo início
surgirá perante nós. Esse inicio não nós é imposto, é uma escolha nossa se o
queremos aceitar ou não. Eu quero aceitar um início novo em mim, separando-me
de tudo e todos, num simples acto misericordioso e eterno.
Tenho ideia, já há uns anos, de sair do País. Ir para outra
realidade, que não esta. Espanha, Itália, Inglaterra, Brasil… Sei lá, mudar-me
de ares. Fugir daqui e ir para um local tão único e só que não este. Ir para um
Mundo diferente, que não existe. Um Mundo que não haja invejas, malicia ou mentiras.
Necessito de algo maior. Algo que me entusiasme. Ter aquele emprego, deixou-me
muito feliz, agora… a Faculdade está mais perra que um carril que já há duas décadas
que não é usado, carril esse que, fez feliz muita gente e agora, é inútil e
está a mais nesta Era – pronto para abete!
Chega agora o Natal, já fiz as minhas prendas de Natal.
Poupei numa – do meu irmão, que este ano portou-se mal comigo e não leva
prenda, porem, este ano dou mais e melhores presentes a pessoas que ainda nem
conheço pessoalmente. Nunca fiz tal coisa, mas sinto que as merecem. Pagar o
que comprei será difícil, mas não uma Guerra. Quando as pessoas merecem, acho
que devemos dar o melhor de nós, depois, cabe a nós pagarmos o que compramos
lol. Este ano, não sei porquê, quero comer muitos, mas muitos sonhos – de abobora,
cenoura ou de farinha. Preciso deles para me aguentar mais um tempo, visto que estou
em défice. Preciso de aventuras Hobit’us, que me façam levar este meu Mundo à
Terra Sagrada.
Credo, escrevi tanto. Vá, tá na hora de tomar a minha bela
FLOX e ir para a cama um pouco, a ver se me purifico perante tanta poluição
imaginatória.
E, como diria o outro – Façam-me o favor, de serem felizes!
(como podem ver, já está aqui a minha dose para Janeiro lol)