Amanhã comemora-se, o Quadragésimo Primeiro Aniversário da Revolução dos Cravos.
Todos nós, temos uma ideia do que foi a revolução e todos achamos bem mas... conhecemos de facto o que se passou? Não. Tudo isto foi há tão pouco tempo e tantos dos seus intervenientes estão vivos o que, impede de se fazer um estudo verdadeiramente independente de tudo o que aconteceu (a morte do Francisco Sá Carneiro é um bom exemplo). Mas há quem seja mais puro do que os políticos e as suas artimanhas e do que os historiadores que vêem tudo sobre uma densa neblina... por enquanto.
Os verdadeiros sabedores da liberdade, logo no dia 25 de Abril e adiante são, na minha opinião, os artistas. Só eles sabem narrar na perfeição o sentimento que se viveu naqueles anos esperançosos de liberdade, e com o medo terrível de caiamos num satélite da Rússia Comunista ou para o lado da direita.
Pode-se destacar vários artistas mas, para mim, há uma que se evidencia. Para além de ser uma mulher extremamente encantadora e que foi deputada, na minha opinião, destaca-se por ser uma poeta (concordo com aqueles que dizem que, ser "poetisa", é algo menor), tão boa quanto os demais - Sophia de Mello Breyner Andresen. Aquela celebre frase num cartaz revolucionário a dizer "A poesia está na rua" é de uma pureza que só ela sabe transmitir. Eis uma quadra desta senhora.
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas" 1977
Deliciem-se com a canção, "Portugal Ressuscitado", do José Carlos Ary dos Santos, escrita a 26 de Abril de 1974, em Caxias:
Beijinhos e portem-se mal!! ;)
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