Entrevistei Miguel Vale de Almeida. Quem é ele? O primeiro deputado português assumidamente gay. Porém, ele é muito mais do que isso! É pai, amigo, e professor. Interessa-se por antropologia, mas também dança e sabe hebraico. Mais do que um homem dos sete ofícios, ele é um lutador! Descubram o quase-arqueólogo que esteve no movimento anti-apartheid, nesta entrevista onde
falou-se de temas que nunca foram abordados publicamente! Aqui está o Miguel, tal como é. =)
Esta é a primeira de dez entrevistas a serem publicadas sempre a dia 1, entre Março e Dezembro de 2019! Porquê? Em Fevereiro, este blog comemorou 10 anos de existência e, uma das formas de marcar esta data, é continuar a fazer aquilo que sempre fiz: mostrar a vida, tal como ela é. Assim, a par de outras novidades a serem reveladas ao longo do ano, irão ser publicadas entrevistas onde há apenas uma premissa: serem histórias de vida incríveis. Mais informações? Consultem aqui.
Miguel Vale de Almeida |
Adolescente Gay: Para quem não te conhece, como te descreves?
Miguel Vale de Almeida: Não me descrevo, nunca, é um exercício que não consigo fazer. Fico paralisado quando sites ou formulários pedem isso.
AG: Como foi a tua infância? Sempre viveste em Lisboa penso eu...
MVA: Cresci nos Açores, na ilha de Santa Maria, até aos 4 ou 5 anos. Passei pelo Porto um ano e depois, então sim, Lisboa. Tive a sorte de ter tido pai e mãe muito liberais para a época. Pode-se dizer que foi uma infância de classe média-alta lisboeta e com um cosmopolitismo algo raro nos anos 60 e 70. Fiz a primária num colégio feminino em que a diretora quis, clandestinamente para a lei da época, introduzir um pequeno grupo de rapazes. A partir do 5º ano andei no ensino público.
AG: Nessa altura, ou até mesmo na adolescência, o que querias ser? Médico, Advogado, Cientista...
MVA: Andava ali pelas fantasias de arqueologia, por exemplo, tudo o que implicasse exploração, viagem. Mas também imaginava ser pintor ou arquiteto, sempre desenhei muito.
AG: Viveste em Nova Iorque. Quais os momentos que guardas com maior carinho?
MVA: Vivi mais exatamente nos EUA (Baltimore, depois no estado de NY mas a 3 horas de carro da cidade de NY, e mais tarde passei largas temporadas em Boston e em Chicago). Tenho com os EUA uma relação semelhante à que tenho com Portugal (e, mais tarde, com o Brasil, onde vivi um ano e que frequentei muito): uma identificação com "casa" que, ao mesmo tempo, leva a enormes críticas. A intimidade é isso. É como uma relação. Só se gosta totalmente ou se odeia totalmente o que não se conhece e não nos afetou.
AG: Brasil, a sério? Conta-me tudo! Ainda para mais está a chegar o Carnaval, és uma pessoa de festividades?
MVA: O meu segundo trabalho de campo foi no sul da Bahia, sobre o movimento negro, tendo depois resultado num livro (ver site) que também tratou de questões pós-coloniais portuguesas. O Brasil é muito mais (e muito menos) do que Carnaval e embora goste muito de dançar, não, não sou muito "festivaleiro" no que diz respeito a coisas de massas, com muita gente.
AG: Quando surgiu a Antropologia?
MVA: Nos EUA. Vivi lá um ano, num programa de intercâmbio. Fiz lá o 12º ano. Quando regressei tive dificuldade em adaptar-me. Tinha passado o período da revolução, em que tinha estado envolvido mesmo muito jovem, mas no regresso já não queria as mesmas referências. Entrei em História, em Coimbra, e odiei o curso, o ambiente, a cidade. Transferi para Letras em Lisboa e odiei o curso e o ambiente. Voltei no verão seguinte aos EUA, para estar com a minha família adotiva. Ao ir à biblioteca acabei lendo "Letters from the field" de Margaret Mead e deu-se a epifania. Quando regressei descobri que tinha havia pouco aberto um curso de antropologia na Nova...
AG: O que nesse livro, deu-te a "volta à cabeça"?
MVA: Deu-me a dimensão pessoal da prática da antropologia: a viagem, a descoberta, a diversidade.
AG: Quais são as tuas maiores referências. Ou melhor: quais os teus ídolos?
MVA: Nunca fui muito dado a isso. Mas sempre me impressionou muito Mandela, talvez porque quando fui fazer o Mestrado aos EUA estive envolvido no movimento anti-apartheid na universidade. Mas sou MUITO pouco dado à "idolatria".
AG: És Licenciado, Mestre e Doutor em Antropologia. Ainda não estás cansado? Não te apetece, assim de repente, ires para a Contabilidade Financeira ou Danças Latinas?
MVA: Às vezes sim, inclusive começar tudo de novo, Belas Artes por exemplo. Mas tenho a felicidade de cruzar a academia com outras coisas, da opinião ao ativismo, e isso compensa-me. Até porque não sou de investir muito na "carreira".
AG: És professor no ISCTE [Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa] e, aí, tens inúmeras funções de relevo. Consideras que chegaste ao topo da tua carreira?
MVA: No sentido laboral, acho que sim, até porque é praticamente impossível chegar a catedrático, pois não abrem lugares. Mas gosto mais de ver a carreira no sentido científico e pedagógico, isto é, há sempre, sempre, coisas novas para fazer, descobrir e crescer.
AG: És um investigador. Tal como saberás, existe uma enorme precariedade na investigação e, há muitas pessoas com doutoramentos e pós-doutoramentos desempregadas. O que o Estado poderá fazer? Não é um desperdício, haver gente tão qualificada, não estar a trabalhar em prol do nosso país e/ou da ciência?
MVA: Claro que é um desperdício. E um financiamento de outras ciências e países por Portugal. A universidade tem muito por onde crescer, precisamos de mais alunos e pessoas formadas. Naturalmente nem todas para serem investigadores, mas os que o forem devem ter um sistema suficientemente alargado e forte para nele encontrarem trabalho. E esse sistema será mais forte se a aposta no ensino superior também o for.
AG: Escreveste já imensas coisas diferentes. Sobre o que será a próxima publicação?
MVA: Está para sair um livro sobre a pesquisa que fiz nos últimos anos em Israel.
AG: Podes contar mais alguma coisa sobre esse livro...? Por exemplo, quando sai?
MVA: Não sei quando sai, espero resposta da editora. Resulta duma pesquisa sobre judeus na diáspora que acedem à cidadania israelita e os processos de pressão do estado de Israel para configurar todos os judeus como potenciais israelitas. Aborda as negociações identitárias e as mudanças na subjetividade que acontecem entre quem sai do seu país e vai viver para Israel por motivações sionistas que ou permanecem, ou se reforçam, ou são postas em causa.
AG: Sabes falar inúmeras línguas (o que eu te invejo!). Como isso aconteceu? Hebraico não é propriamente uma língua ensinada na escola...
MVA: Português é óbvio, claro. Depois o inglês funcionou desde cedo como minha língua, por ter ido para os EUA aos 16 anos - ficou incorporada. Falo bem francês, pois ainda apanhei o ensino obrigatório dessa língua e lia muita BD em francês em jovem. Aprendi espanhol em escola mesmo e passei uns meses em Barcelona (pesquisa para "A Chave do Armário"), tendo aproveitado para aprender catalão, com as pessoas e num curso. O hebraico é muito básico - fiz um curso de iniciação, mas no trabalho de campo em Israel os meus informantes eram brasileiros e na rua as pessoas não tinham paciência para o meu hebraico e mudavam para inglês.
AG: Viveste em Barcelona?! Como te posicionas, em relação a tudo o que acontece por lá, actualmente?
MVA: Acho o processo nacional catalão diferente de outros, no sentido em que não é (na maioria, claro, há também isso em setores mais à direita) exclusivista e chauvinista, mas sim muito ligado a uma crítica da Espanha monárquica e centralista que não soube limpar-se completamente do franquismo.
AG: Numa escala de 0 a 10, qual o teu actual nível de felicidade, sendo 0 "nada feliz" e 10 "felicíssimo"?
MVA: Ui. Acho que não se é feliz, vai-se sendo, e eu vou sendo, nestes quase 60 anos e hoje mesmo, um 8 e meio, como no filme do Felini.
AG: Porque motivo não é o nível imediatamente anterior, neste caso, 8?
MVA: Porque gosto de pontos de transição, são mais dinâmicos.
AG: Gostas de Federico Fellini? Qual é a tua relação com o cinema? Os Óscares deste ano, foram merecidos?
MVA: Gosto de Fellini, sim. Mas de muito mais. Tenho uma relação normal com o cinema, não sou um conhecedor ou entusiasta, mas gosto do cinema como gosto da literatura: se for genuíno e resultante de trabalho sério, e isso tanto se aplica ao cinema artístico como ao comercial. Óscares: pena por Glen Close, merecia. De resto, um bocado indiferente.
AG: Tens um gato (lindo!) a viver contigo. Qual é a tua relação com os animais e, isso, vem de há muito?
MVA: Não. Tive cães (que prefiro, mas não posso nem devo ter num apartamento e com uma vida fora de casa e com viagens) em criança e jovem em casa dos meus pais. Tive um gato já em minha casa mas só por um ano e pouco e foi já há 20 anos. Este é, de certo modo, o primeiro a sério. Não morro de amores filosóficos pelos animais, acho-os tão interessantes ou tão terríveis como as pessoas, depende da relação e dinâmica que se cria.
AG: Como foste parar à Assembleia da República? Aquilo não foi meio Hogwarts/awkward?
MVA: Foi, claro. Fui convidado para concorrer como independente nas listas do PS. Claramente era por causa da questão do casamento etc. Mas a vida quotidiana no parlamento pareceu-me infinitamente menos interessante do que a universidade.
AG: Menos interessante? Ficaste, de alguma forma desiludido, com a vida parlamentar? Ou, brincando: apetecia-te, por vezes, mandar o apagador à cabeça de alguém e não podias (ainda sou desse tempo!)???
MVA: É desinteressante no sentido em que acontece muito pouco, tens pouca liberdade e iniciativa, o sistema partidário e dos grupos parlamentares é demasiado rígido, fechado e hierárquico. Em suma, pouca criatividade é possível ali.
AG: Imagina que amanhã, recebes o convite para seres Ministro. Escolhias que área e porquê?
MVA: Não sei se aceitaria, lol. Mas claramente ou uma área de Igualdade de Oportunidades, relacionada com todas as discriminações, ou eventualmente a Ciência.
AG: Como é que vês, a actual situação de Portugal, a todos os níveis: Saúde, Educação, Justiça, Cultura, Infraestruturas...
MVA: Não consigo responder a isso, a extensão seria inimaginável de grande. Mas, resumindo o mais importante: não há desculpa para um país de "1º mundo" e com os recursos que tem, ter níveis de desigualdade e exclusão tão absurdos.
MVA: Estamos num momento perigoso e delicado em que é preciso combater pela democracia e contra o populismo. E combater pela democracia é aprofundá-la.
AG: Aprofundar, mas como? A abstenção é altíssima...
MVA: A democracia não é o voto, é também a participação cívica. Começa na escola, com assembleias, eleições, tarefas para a comunidade, etc. E deve seguir por aí fora em todas as esferas da vida.
AG: Miguel, temos imensos turistas por todo o país. Aqui, em Lisboa, sentimo-lo bem. As rendas estão num valor insuportável. O Herman José, nos momentos que teve na Eurovisão, criticou este facto. Os turistas são bons para Portugal? Termos famosos a viver cá (Monica Bellucci, Christian Louboutin, Madonna...) influencia alguma coisa?
MVA: Claro que é bom, economicamente. Precisa é de ser controlado de modo a que a gentrificação não aumente a desigualdade social e de modo a que os espaços públicos sejam democráticos, de todos. Isso faz-se, por exemplo, alocando parte dos lucros do turismo diretamente para políticas sociais compensatórias dos seus efeitos mais negativos.
AG: Quais os aspectos positivos e negativos, dos movimentos agora existentes, tais como o "Me Too"? Podemos aqui falar de identitarismo?
MVA: Não. São movimentos muito importantes. O que me preocupa são as reações, essas sim. O efeito da hegemonia é tão grande que até se vê pessoas progressistas a dizerem "se calhar é melhor não exagerarmos, porque criamos anticorpors". Sempre que há avanços e demandas, há "backlash", até que as coisas encontrem um novo equilíbrio, idealmente num patamar de igualdade e reconhecimento superior.
AG: Hmm... Então reconheces a existência de uma exagero no movimento "Me Too"? É uma espécie de New Social Movements?
MVA: Falar de exageros quanto o Me Too parece-me demasiado próximo das acusações de exagero, histeria, etc, normalmente feitas pelo machismo às mulheres e LGBT. Os casos aparentemente "exagerados" não o são mais do que em outras campanhas, movimentos, ideologias políticas etc. Acho perfeitamente aceitável pagar esse preço, por comparação com a história profunda, constante e terrível do abuso.
AG: Na Venezuela continuamos com Maduro, em França continuam os Coletes Amarelos, o Vaticano reúne-se para falar sobre os abusos sexuais, em Espanha não se entendem, Trump e Bolsonaro tornaram-se amigos, na Índia temos uma força que impulsiona mudanças e, no centro/leste da Europa temos novos partidos. O que te apraz dizer sobre o que hoje acontece no Mundo?
MVA: Acho que é um movimento generalizado de populismo gerado pelas desigualdades da globalização e pela dificuldade das democracias responderem a isso, precisamente porque pouco se decide ao nível nacional. Não creio que se ultrapasse isto sem inventar formas de regulação e distribuição globais ou regionais, mas a democracia liberal que temos, vinda ainda do século 19, foi feita para estados-nação e economias nacionais....
AG: És então a favor do Rendimento Básico Universal?
MVA: Não sei se sou, os argumentos a favor e contra são ambos sólidos. Teria de refletir sobre isso.
AG: És uma das pessoas que votou na Assembleia da Republica, a favor do casamento entre as pessoas do mesmo sexo. Tens noção do impacto que essa lei tem na vida de muitos de nós? Qual foi a sensação, quando percebeste que a lei ia ser aprovada? Tens orgulho no que fizeste?
MVA: Tenho orgulho, naturalmente, em ter tido o papel que tive. Fiquei também frustrado por causa das pressões de setores conservadores do PS que recusaram incluir a adoção à época (era a intenção inicial).
AG: Como é que tu, um deputado independente nas Listas do PS, conseguiste lidar com essas pressões? Não te sentiste "enganado" visto que, afinal, o que ia ser aprovado não era bem aquilo que se previa?
MVA: A política é assim mesmo, interesses diferentes em negociação. Às vezes ganham uns setores, outras ganham outros, mas "vai-se fazendo".
AG: Alguma vez foste discriminando, pelo facto de assumires a tua orientação sexual? Vou mais longe: actualmente, és discriminado?
MVA: Costumava responder que não, mas já não o faço. É verdade que tenho privilégios compensatórios: o da masculinidade, o de ser branco, o capital cultural e a classe social. Mas quando deixei de achar que a discriminação se media apenas nas relações face a face e comecei a perceber os mecanismos subtis, mudou de figura. Muitos casos de homofobia pelas costas, de coisas para que nãos e é convidado ou se é preterido, etc. Quando se ganham os instrumentos para perceber isso, começa-se a ver, às vezes retrospetivamente....
AG: Foste o 1º deputado assumidamente gay em Portugal. Enquanto desempenhaste essa função, enquanto parlamentar, sentiste que foste vítima de homofobia?
MVA: Claro, isso surgia muito em redes sociais, em crónicas de opinião, ou mesmo no parlamento nas bocas que se entreouviam deste ou daquele.
AG: Existe o chamado lobby gay?
MVA: Não. É que não existe mesmo. Não no sentido que o reacionarismo lhe dá, convocando imaginários de seita, típicos de teorias da conspiração. Poderia existir, sim - mas nem sequer existe - um lobby no sentido normal de grupo de pressão, transparente e organizado. Digamos que os movimentos e associações são isso, e ainda bem.
AG: Achas que deveria existir o lobby gay em Portugal, nesses moldes - grupo de pressão, transparente e organizado - um pouco à semelhança no que acontece na América?
MVA: Sim, acho que seria melhor. De certa maneira as associações fazem esse papel, quando pedem para ser ouvidas no parlamento ou órgãos de governo, ou quando são chamadas para órgãos de consulta.
AG: O que me dizes a respeito do Mundo Gay? Aliás, há algum Mundo Gay? Quando penso nisto, só me vem à cabeça unicórnios que deixam rasto a arco-íris, taças de chocapic, daddys musculados a olharem-me com desejo, e uma praia de água transparente, onde cantam em dueto Tina Turner e Cher. Estarei muito longe da realidade?...
MVA: Existirá para quem o concebe e o designa como tal. Para mim, não existe tal coisa, a não ser em certas esferas e fases da vida. Quando não circulas em locais de diversão ou em redes exclusivamente ou sobretudo lgbt, não existe. Claro que podes recorrer a sítios e atividades marcadas como gay e aí, sim, tens um "mundo" - e ainda bem que é possível.
AG: Agora vamos lá ser sinceros um com o outro: em Portugal, há homofobia. O que eu, tu, e quem nos lê, podemos fazer para que tal deixe de existir? Chegaremos aí algum dia?
MVA: A homofobia combate-se de duas formas: denunciando e recorrendo aos mecanismos legais previstos, o que é a reação imediata; e assegurando educação contra a homofobia a todos os níveis, da educação às instituições, o que é a reação a longo prazo.
AG: Como sentes o futuro? O que desejas para ti próprio?
MVA: Continuar sempre a descobrir coisas, a aprender; ver o máximo possível a minha filha a crescer. De resto, nada, de facto...
AG: Que características é que os outros vêem em ti, e não és capaz de as reconhecer?
MVA: Agora já as reconheço, fiz um esforço, lol. Isolo-me muito e não socializo o suficiente, às vezes não "oiço" o que dizem...
AG: Ahahahah! És teimoso! Que coisas boas é que essa obstinação te trouxe?
MVA: Sou muito independente da opinião alheia em geral (a não ser de quem estimo e me é muito próximo), sigo sempre em frente com o que parece ser alguma ingenuidade, estou-me nas tintas para o controlo social da moda, do parece bem, do parece mal, etc. É mesmo assim, e acontece de forma automática/natural, não como rebeldia propositada.
AG: Continua a fazer sentido, existir figuras públicas assumirem-se como homossexuais? Isso é importante?
MVA: Totalmente. O armário em Portugal é gigantesco, os avanços legais não reverteram em exposição e à vontade (a não ser entre alguma juventude, com destaque para as raparigas).
AG: Qual a relevância, nos dias de hoje, a existência de plataformas como a minha, nesta Era tão volátil?
MVA: Sempre relevante. Quanto mais vozes, melhor, que o silêncio e a ocultação são as grandes armas da homofobia.
AG: Vamos supor que existe, em Portugal ou em qualquer parte do mundo, uma pessoa que está com medo de ser quem é - homossexual. De que forma poderás ajudar essa pessoa? O que lhe dirias?
MVA: Procurar outras pessoas LGBT, comunidades, grupos. Nada como "famílias de escolha" e apoios concretos. Esse é o começo de tudo.
AG: Que mensagem gostarias de deixar a todos os leitores, que estão a ler esta entrevista? Recordo que o blog "Adolescente Gay", comemorou 10 anos de existência no passado dia 7 de Fevereiro.
MVA: Que o armário é uma sepultura.
Caso queiram falar comigo, também estou sempre disponível.
E-mail - adolescentegay92@gmail.com
Os Communards, marcaram a geração do Miguel e, por isso, escolheu-os para o final desta conversa!
Beijinhos e portem-se mal!! ;)
Muito boa :)
ResponderEliminarobrigada por a partilhares.